PIB da Bahia cresce no primeiro trimestre do ano

Movimento significante na baía de Todos os Santos
Arquivo/JBO/Maurício Maron

O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou expansão de 2%, na Bahia, no primeiro trimestre de 2014, em relação ao igusl período do ano anterior. O índice foi divulgado nesta sexta-feira (30), em coletiva de imprensa, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan). Entre os meses de janeiro a março, o setor da agropecuária foi o destaque com incremento de 17%.

De acordo com a SEI, que apresentou os números em entrevista no auditório da secretaria, o resultado foi similar ao PIB nacional, o qual segundo o IBGE registrou taxa de 1,9% no trimestre. O ajuste sazonal - 1º trimestre de 2014 em relação ao 4º trimestre de 2013 - apresentouexpansão no estado de 0,7%, e de 0,2% no país.  

O crescimento da economia baiana no primeiro trimestre foi caracterizada principalmente pela dinâmica do setor agropecuário, porém a taxa de expansão do PIB foi, mais uma vez, determinada pelo setor de serviços, diante do  peso na estrutura do Produto Interno Bruto estadual, de  62,1%.

No trimestre em análise, o valor adicionado (VA) - que é representado pela contribuição de cada setor ou segmento para o PIB - da agropecuária baiana expandiu 17%, proveniente da recuperação dos grãos, mais especificamente milho, soja e algodão.

O setor de serviços cresceu 2,6% com alta no comércio (8,5%) e alojamento e alimentação (3,6%). Já a indústria apresentou leve retração de 0,8%, puxada pelos resultados da indústria de transformação (-1,9%) e da produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-3,1%).

 Segundo projeções da SEI, mantendo-se a tendência do agronegócio e a dinâmica positiva dos serviços, além da expectativa de recuperação do setor industrial no segundo semestre, o cenário da economia baiana será de alta em torno de 3% ao final de 2014. Nos serviços, a atividade comercial deve seguir expansão próxima de 4%, e a administração pública dever ter o ano de relativa estabilidade.

A recuperação no setor de transportes deve ser acompanhada pelo aumento do fluxo turístico, pela recuperação das vendas externas, em função da lenta e gradual recuperação das economias europeias e do aumento dos embarques de produtos manufaturados para os Estados Unidos.

 

Agropecuária

 

O incremento de 17% no VA da agropecuária foi puxado pela recuperação da safra, sendo a produção estimada de grãos para este ano quase 40% maior em relação a 2013, conforme a terceira avaliação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE). A safra é estimada em 8,5 milhões de toneladas, o que representa 2,4 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, com crescimento de 7,5% na área plantada e de 14,4% na área colhida.

Os maiores destaques na agricultura baiana foram a soja (35,9%) e algodão (34,8%), dois dos principais produtos da pauta de exportações do estado. O milho também teve a safra revisada para cima  - 3,1 milhões de toneladas, com crescimento de 50,3% em relação a 2013. Já a pecuária registrou incremento de 8,5% no rebanho no período analisado.

 Segundo a LSPA, o destaque negativo nos grãos ficou por conta do feijão (-7,8% na produção e -19,5% na área plantada). Já o cacau, que nas estimativas anteriores apresentava resultado igual ao de 2013, nesse levantamento assinalou ganho de 3,5% na produção física, consequência da chuva e do maior rendimento da produção (3,2%).

A mandioca saiu da estimativa positiva para previsão de queda (-26,2%), resultado da maior retração da área plantada (-31,6%). Segundo a SEI, pode-se dizer o mesmo para a cana-de-açúcar, que registrou taxa negativa para a produção (- 1,9%).

 

Serviços

 

O valor adicionado do setor de serviços (2,6% de crescimento) contribuiu positivamente para o resultado da atividade econômica, com destaque para o bom momento vivenciado pelo comércio baiano, em que o VA teve incremento de 8,5%, acima dos últimos cinco trimestres. O segmento de alojamento e alimentação, muito associado ao turismo, registrou expansão de 3,6% no valor adicionado.

De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE), as vendas do varejo baiano voltam a apresentar taxas de crescimento mais altas que o Brasil (acumulou no primeiro trimestre 9,6% contra 4,4% do comércio varejista brasileiro). No acumulado em 12 meses, o varejo cresceu 4,9%. Esse comportamento, ainda conforme a SEI, demonstra a recuperação do setor se comparado a igual período do ano anterior (0,2%).

No trimestre, os destaques nas vendas do varejo foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (31,0%), livros e jornais (27,4%), combustíveis e lubrificantes(16,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,8%). Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram expansão de 3,9%.

 

Indústria

 

O VA do setor industrial baiano apresentou cenário de retração no primeiro trimestre (-0,8%). A indústria de transformação, a importante do segmento, teve retração de 1,9% em termos de valor adicionado e de 3,0% em termos de produção física.

No setor de transformação, a queda na demanda por automóveis afetou inclusive a produção da indústria metalúrgica/siderúrgica (-4,4%). A produção do setor de calçados (-8,5%) também foi atingida pela conjuntura internacional de menor procura.

 A construção civil, segundo maior peso no valor adicionado da indústria, cresceu 2,2% e amenizou a queda no segmento industrial como um todo no primeiro semestre, principalmente em decorrência de obras públicas. A indústria extrativa mineral, de peso menos significativo, cresceu 5,1% em seu valor adicionado ao PIB, enquanto o segmento de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbanateve queda (-3,1%).

 No primeiro trimestre, conforme a a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), realizada pelo IBGE, a produção da indústria de transformação baiana registrou, em relação ao igual período do ano anterior, queda de 3,0%, e a indústria geral, retração de 2,5%.

A principal influência negativa decorreu das atividades de equipamentos de informática (-47,0%) e veículos automotores (-39,8%). Cresceram os setores outros produtos químicos (10,2%) e coque de produtos derivados do petróleo e do biocombustíveis (7,7%). No acumulado em 12 meses, comparado com o mesmo período do ano anterior, a produção industrial baiana assinalou crescimento de 4,0%, e a indústria de transformação alta de 4,2%.